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Setembro amarelo: prevenção ao suicídio começa na infância

Setembro amarelo: prevenção ao suicídio começa na infância

Mês atenta para cuidado que deve ser feito na formação das crianças

Setembro é um mês para se refletir. Durante seus trinta dias, lembramos sobre um tema doloroso, mas que precisa ser discutido: o suicídio.

Os números da prática são alarmantes. Segundo a OMS, no mundo todo, a cada 40 segundos alguém tira a própria vida, e uma média de 800 mil mortes ocorrem por ano. Entre os jovens de 15 a 29 anos, apenas acidentes de trânsito matam mais que o suicídio.

A conscientização do setembro amarelo deve passar, sobretudo, pela educação infantil. Para Laina Brambatti, diretora pedagógica da Escola de Educação Infantil Cataventura, é essencial que a inteligência emocional seja trabalhada desde a infância para evitar uma situação extrema. Para que essa capacidade seja desenvolvida pelos pequenos, eles precisam de alguém que os ensine a tê-la. Segundo a educadora, “olhamos para adolescentes e adultos se suicidando; qual é a base que eles tiveram? Como nós, enquanto educadores, pais, sociedade, oportunizamos exemplos de cuidado, de respeito, de socialização verdadeira?”.

Para a diretora, a criança, quando chega à adolescência, não sabe o que fazer com suas frustrações e seus sentimentos, porque não foi preparada para lidar com isso. As reações extremas, como tirar a própria vida, são resultados da falta da educação emocional, que é papel dos adultos ensinarem.

Ainda segundo Laina, em nossa cultura é comum os pais ainda ficarem confusos sobre quais sentimentos das crianças podem ser legitimados, e muitas vezes acabam as censurando, com frases como “não foi nada, tá tudo bem, já passou”. Ao ouvir essas palavras, os pequenos crescem com a sensação de que os sentimentos – os seus e os dos outros – não importam, tornando-se adolescentes e adultos que não conseguem pedir ajuda.

A educadora também reforça que os adultos devem se autoeducar emocionalmente antes de passar essas informações para as crianças, e essa análise deve ser feita em conjunto com profissionais, como Psicólogos. Uma dica de Laina é perguntar aos pequenos o que eles sentem. “Ajudar a dar nome para os sentimentos é o princípio mais básico que tem. Está com raiva, está triste, está ansioso? […] Perguntando, eu dou como se fosse uma cartela de opções para a criança tentar identificar o que ela está sentindo, e aos poucos (ela) vai se alfabetizando emocionalmente”.

Para a diretora, no setembro amarelo é necessário que se tenha um olhar empático para a dor e o sentimento do outro – e não só isso, o apoio também deve acontecer. Vale ressaltar que a empatia é criada já na infância, e os pais devem não somente passar ensinamentos de inteligência emocional às crianças, mas serem exemplos de comportamento e dar afeto aos pequenos.

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