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Medo do escuro: que a luz seja um abraço para vencê-lo

Medo do escuro: que a luz seja um abraço para vencê-lo

A primeira infância é tempo de descoberta. Desde o momento em que os olhos de um bebê se abrem para o mundo, há uma diversidade de sensações sem medida. Da luz vem as cores, os sentidos são despertos, chegam os sons, os cheiros e sabores, elementos que traduzem o ingresso a este lugar que passamos a chamar de nosso. Mais do que isso: para o bebê que está a despertar sentimentos e percepções, é o mundo deles que vai sendo edificado a cada contato com o outro e consigo mesmo em um ambiente que se desvela aos poucos e traz juntos desafios conjugados ao aprendizado, como o medo do escuro. Nesse contexto, abraços se transformam em aconchego, o barulho que invade e aquele que acalenta e, inevitavelmente, faz-se a noção de claro e escuro.

O escuro faz parte da rotina do bebê e da criança

O escuro, aliás, recomendado pelos pediatras para a hora do soninho, é muito importante para a qualidade de vida de uma rotina saudável. Assim como a alimentação, o momento de dormir também conta com rituais que podem contribuir para o relaxamento e descanso da criança.

Da mesma forma em que o sol acalenta e aquece para motivar as brincadeiras do dia a dia, o escuro deve propiciar uma atmosfera confortável para desacelerar e amenizar os sentidos para que a cadência do sono chegue no ritmo de cada criança. Segundo os especialistas do sono, a melatonina é essencial para a regulação do nosso relógio biológico. Para que o nosso organismo entenda que é hora de dormir, é preciso estar totalmente no escuro para iniciar a liberação da melatonina na corrente sanguínea, induzindo o nosso corpo a relaxar e sentir sono. Estar no escuro, no entanto, não é agradável para todos.

Mas de onde vem o medo do escuro?

O medo do escuro é comum na infância e começa a aparecer por volta dos três anos e desaparece, em geral, aos sete. Em geral, porque vale lembrar: cada criança é única! Esse temor ocorre porque nessa idade as crianças têm a imaginação bastante aflorada e não conseguem distinguir a realidade da fantasia, que pode se manifestar por sombras, sons ou, até mesmo, pelas sensações térmicas, de frio ou calor. Os pais podem ajudar no dia a dia ao conversar e demonstrar à criança que ela está segura, sem jamais ignorar seus medos.

Como a proposta Montessori serve como aliada

Estimular a positividade é um bom caminho para superar o medo, mas motivar a autonomia na hora de dormir também é essencial, assim como limitar as atividades físicas à noite e optar por atividades mais tranquilas e relaxantes para a criança nesse horário. O ritual do sono pode ocorrer no quarto da criança ao contar uma história, cantar uma música de ninar ou na hora da oração.

O quarto da criança deve estar em uma temperatura adequada, ser acolhedor, confortável e ter uma boa luz durante o dia, mas escuro à noite, de preferência totalmente escuro. Uma luz bem fraca pode ser usada, mas é importante evitar a luz branca: a melhor escolha é a luz vermelha. Já a escolha por uma cama baixa estilo Montessori dá segurança à criança no acesso ao quarto dos pais, ajudando na autonomia.

A Festa da Lanterna e as memórias afetivas para enfrentar o medo do escuro

Para contribuir para lidar com o medo do escuro, a Escola de Educação Infantil Cataventura oferece espaços lúdicos para que as crianças possam falar sobre o que sentem. Uma das iniciativas é a festa da lanterna.

Neste dia, os educadores escolhem um lugar escuro que instigue a percepção das crianças. Durante a atividade, cada criança tem a própria lanterna e, em uma cabana improvisada, são convidadas a explorar a diferença entre claro e escuro, estimulando percepções e despertando em seus corações um novo olhar sobre a realidade. Ao criar memórias afetivas, momentos como o teatro de sombras, o esconder-se e procurar e também o piquenique, estimulam a imaginação ao ampliar as perspectivas, enriquecendo o universo imaginativo e as emoções daquela aventura na companhia dos colegas.

A literatura como motivação para as trocas entre os pequenos

Para ambientar o momento, a história escrita por Emicida “E Foi Assim Que Eu e a Escuridão Ficamos Amigas” chega para acrescentar o lúdico à experiência, possibilitando trocas sobre sentimentos e sensações. A obra fala sobre o medo, mas também sobre coragem em versos, enriquecendo a vivência da Festa da Lanterna também com a literatura.

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