Quando vemos uma criança, são quase que automáticos os pensamentos de ajuda e o ato de interferência. Ainda que sejam pessoas, não possuem destreza suficiente para desempenhar diversas atividades sozinhas, precisando de intervenção constante.
Mas será que essa visão é correta?
Dentro da educação montessoriana, pais e professores não são uma fonte infinita de sabedoria, e não devem levar a criança pela mão até algum objetivo pré-estabelecido. Os papéis se invertem, deixando os pequenos como protagonistas na construção de seu próprio conhecimento.
Os adultos seriam apenas mediadores, auxiliando e intervindo o menos possível, apenas em momentos muito pontuais. A máxima dentro da filosofia montessoriana, “ajuda-me a fazer sozinho”, é que deve ser aplicada.
Se a criança tiver um adulto que faça as coisas por ela, esta não criará senso de responsabilidade e autonomia, pois sente que a ajuda será sempre necessária. Os pequenos são seres capazes de realizar tarefas condizentes com sua idade, e são indivíduos dotados de inteligência, vontade e necessidades próprias.
No método montessoriano, pais e mestres devem deixar a criança experimentar, brincar e errar, até que consiga realizar suas atividades de forma independente. O modelo tradicional de educação, onde pessoas são dispostas em salas de aula por idade e precisam aprender uma quantidade suficiente de conteúdos diversos, não existe dentro de uma instituição montessoriana. Aqui o desenvolvimento é visto de forma individual, e leva em consideração a evolução motora, social e emocional da criança.
Outra técnica que ajuda no desenvolvimento biopsicossocial dos pequenos é a Disciplina Positiva. Baseada na obra de Jane Nelsen, essa filosofia ajuda os adultos a encorajar o senso de responsabilidade, respeito e resiliência em si mesmos e nas crianças. É uma educação que disciplina sem castigos ou recompensas. A Disciplina Positiva estaria entre o autoritarismo e a permissividade, tendo uma abordagem, ao mesmo tempo, firme e gentil.
Quer saber mais sobre a Disciplina Positiva e como você pode aplicar na sua vida e na vida das crianças e adolescentes? Não perca o nosso próximo artigo, onde falaremos exclusivamente deste tema.