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O que você faria se pudesse mudar as medidas do tempo?

Crianças ao ar livre com professora aprendendo sobre plantas

Vocês estão sentindo que, como diria aquela música, o tempo escorre pelas mãos? Os antigos gregos costumavam falar em um tempo que é medido e outro que é sentido. Assim podemos observar o tempo na contagem dos dias e das horas, por exemplo, e ainda assim sentir que ele passa mais rápido ou mais devagar, variando a partir de nossa percepção. 

Para as crianças o tempo é, muitas vezes, uma incógnita. Eles ainda não aprenderam a medir o tempo do relógio e do calendário e estão muito mais conectados com como o percebem. Assim querem que a festa, a brincadeira, o lazer e a atenção dure muito mais que o determinado pelos relógios que guiam as rotinas dos adultos. Muitos não querem dormir porque ainda não viveram o suficiente para acreditar que o dia seguinte sempre retornará. 

A experiência que temos com o tempo ao longo da vida muda também a partir do quanto já vivenciamos os dias e do quanto a cultura na qual estamos inseridos demanda de nós. Atualmente podemos acrescentar um fator relativamente a alterar nossa percepção do tempo: a realidade virtual. A velocidade da informação nas redes é contínua e o tempo que passamos conectados a elas pode parecer pouco e, ao mesmo tempo corresponder a muito tempo do relógio. Sutilmente, especialmente na última década, observamos a pressa tomar conta dos nossos dias juntamente com a sensação de que o dia precisaria ter mais horas. Parece que nunca iremos dar conta de tudo o que é necessário fazer em um dia e as crianças que precisam seguir nossos horários são levadas a reprimir suas necessidades naturais e fundamentais para acompanhar correndo e tropeçando nosso passo rápido e impaciente. 

Fazemos por elas atividades que seriam capazes de realizar se tivessem mais tempo, ações importantes para seu desenvolvimento, porque elas demoram mais do que podemos aguardar. Muitos estão vivendo de modo automático e pouco consciente por seguir num ritmo que impede de sentir e de pensar, duas ações que nos humanizam e que demandam tempo. 

Negar nossas necessidades básicas, como tempo de descanso, de convivência, de pausa, de sentir, de pensar e de permitir às crianças que assimilem a realidade com calma gera uma comunidade alienada que corre sem saber por que e nem pra onde. Parar é preciso, só há espaço para criar quando o tédio tem algum lugar na vida. Fazer nada de vez em quando, é fundamental para manter viva nossa sensibilidade, a mesma que quando suprimida nos leva a esquecer do que faz toda a correria valer a pena. 

Que nos poucos recessos e folgas que ainda possuímos possamos encontrar tempo para o que dá sentido, mostrando assim para os novos membros da nossa sociedade que crescer é sinal de saúde. Que nenhuma correria nos impeça de curtir nossas crianças, porque o tempo passa e depois pode ser tarde demais para fazer o que realmente importa.

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