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O caminho da Educação Infantil

O caminho da Educação Infantil

A característica mais marcante do nosso tempo é a velocidade da informação. A velocidade na qual as informações se propagam geraram um contingente de conhecimentos e mudanças que transformam o mundo de um modo intenso e de difícil compreensão. Mal entendemos um tópico já nos é apresentado outro.

A vida humana nesse contexto se torna uma vida de relacionamentos complexos. Cada indivíduo traz muito mais para a “roda de conversa”. Todavia, não houve mudança proporcional por parte dos estabelecimentos de ensino. Ou seja, não há quem nos oriente desde de cedo sobre como lidar com tantas mudanças, pois estamos todos aprendendo.

Apesar de certa estagnação, os movimentos teóricos de análise e investigação mantém-se ativos. A partir de diversas reflexões 4 teorias se destacaram como metodologias inovadoras que se difundiram ao redor do mundo por serem caminhos possíveis para uma educação que se preocupa com aprendizagens interessantes para a cidadania e bem-estar social. São elas: Metodologia Montessori, Pedagogia Waldorf, Abordagem Pikler e a proposta da Reggio Emília.

Tais propostas são encantadoras e possuem muito em comum.

A Cataventura é uma escola infantil que surgiu inserida nessas reflexões. O ambiente, a formação da equipe, a escolha de materiais, a elaboração do currículo, o tamanho dos ambiente…tudo passou pela máxima “a educação precisa criar condições para a criatividade, a partir disso um novo mundo é possível”. Escolhemos o método montessori como inspiração inicial e acrescentamos o que nos pareceu complementar. O resultado é uma escola que compreende as quatro abordagens, tendo como linha condutora os estudos de Maria Montessori.

Sabemos que conhecimento algum é suficiente se estiver ligado apenas à racionalidade. A ideia de que a racionalidade opera sozinha, controlando as emoções e o corpo sensorial, apesar de central nos processos educacionais há séculos, simplesmente não faz sentido. Não praticamos o que não acreditamos e a crença em algo passa necessariamente por experiências físicas, emocionais conscientes e inconscientes, cognitivas, culturais, relacionais. No mínimo todos esses fatores estão sempre envolvidos.

Foram realizadas diversas pesquisas, cursos, experimentações… e ficou evidente que o fator emocional é o mais relevante pois torna a vivência significativa, inesquecível. Aquela sensação de que não utilizamos na vida, o que aprendemos na escola está ligada à prática educativa que conversa com a cognição como se ela estivesse isolada de qualquer outro aspecto da constituição humana. Muitos de nós concluímos o ciclo escolar com a impressão de que aprendemos, acima de tudo, a valorizar férias, recreio, respeitar hierarquias, escrever e calcular de modo básico. Alguns acrescentam a convivência social, porém, conviver a partir de um jogo de regra x punição, sem aprender a dialogar, sem participar da elaboração das regras, com tempos limitados, intermediados e vigiados para interagir é um tipo de convivência cujo valor pode ser facilmente questionado.

Nesse sentido, de nada serve saber calcular, saber como se ‘comportar’, escrever, ou até mesmo possuir na escola uma metodologia diferenciada, quando um exercício constante de autoconhecimento, autocrítica e cuidado das emoções está ausente. E mais, ninguém sai de uma vida permeada por valores e educação tradicionais para no dia seguinte mudar tudo sem passar por um longo processo de transformação.

Aplicar o que as belíssimas metodologias inovadoras nos apresentam em teoria é antes de tudo um desafio destrutivo. É como se tivéssemos uma casa que não pode ser reformada, visto que sua estrutura não comporta o que queremos construir. Então, mantemos o terreno, aproveitamos alguma material, mas antes demolimos a casa. Todos os que estiverem envolvidos nesse processo serão afetados em algum sentido.

Quando ousamos construir uma escola diferenciada iniciamos um processo intenso de transformação que está sendo assimilado pela comunidade, famílias que se identificaram e matricularam seus filhos, profissionais que precisaram se reinventar, crianças que se depararam com uma novidade ímpar, etc…

Isso nos lembra Picasso: “todo o ato de criação é um ato de destruição, no ínicio”. Nesse contexto, as propostas das diferentes metodologias foram importantíssimas para nortear os primeiro passos, mas, ao mesmo tempo foram a fonte de grandes angústias.

As emoções que surgiram no percurso da realização do desafio são importante material de trabalho. Compreender as emoções e promover o autoconhecimento é a grande chave transformadora, após o ‘pontapé’ inicial da adoção de metodologias não convencionais para a fundamentação pedagógica. 2018 foi um ano maravilhoso, rico em aprendizagens, desconstrução positiva, amor, sorrisos e experiências inesquecíveis.

Seguimos em 2019 com a certeza de que todo o esforço valeu a pena! Estamos juntos no caminho certo!

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